CRESCIMENTO, SIM E NÃO
Quando crianças, até os sete anos de idade, um pouco mais ou um pouco menos, a rigor não tínhamos ideia do que seria bom ou ruim, próprio ou impróprio para uso ou para se falar; se o dia era feio ou bonito e não nos importava se era ensolarado, chuvoso ou nublado.
Não nos preocupávamos com o que iríamos comer ou beber; quem comprava a comida, de onde vinha a comida, mas sabíamos que tinha. Aliás, nas casas mais humildes o hábito da família, pai, mãe e filhos sentarem à mesa na hora das refeições era natural.
A partir do início da jornada escolar era que nós os pequeninos começávamos a entender melhor o mecanismo da vida. Ás vezes, como era o caso deste poeta que vos escreve, tinha um pouco mais de discernimento das coisas, face ao saber e inteligência universal dos meus pais que eram matutos e cem por cento analfabetos, mas sabiam da importância dos estudos para nós os seus filhos.
No período infanto-juvenil, entre os treze e dezessete anos, já alfabetizados, como diz a música do Zeca Pagodinho, deixávamos a vida nos levar porque a rigor dependíamos dos nossos progenitores financeiramente, salvo em alguns casos em que o menor já trabalhava e produzia o seu sustento.
Esse período para nós que vivemos numa época em que os ensinamentos escolares visavam muito à saúde, à educação, o bem estar e a socialização das pessoas no nosso país eram mais importantes era bacana, vez que ali começávamos a investir numa profissão e também nos primeiros relacionamentos amorosos; Ah! Essa tal adolescência, beirando nossas ideias ainda em formação.
Como diziam os nossos pais e avós, agora, já criados e de cabeças boas partíamos para a universidade ou para o trabalho e entrávamos de peito aberto para o mundo.
Infelizmente muitos já partiram para o segundo andar e somente de lá, como espíritos (eu acredito nisso) estão avaliando as suas existências terrenas. Nós que aqui ficamos nos contentamos em poder entender esse mecanismo da vida. Daí veio-nos a vontade de indagar sobre os quantos sins e nãos que recebemos para chegarmos até aqui.
O SIM E O NÃO
Sã e conscientemente tu serias capaz de enumerar quantos “não” e quantos “sim” já te disseram no decorrer da vida, desde quando tomastes ciência da tua existência na terra até este momento? Ou pelo menos tentastes contabilizar isso?
É amigo. Isso é complicado pra caramba. Esta pergunta em primeiro lugar visa esclarecer um detalhe importantíssimo, qual seja: indagarmos a nós próprios quantas vezes dissemos sim ou não para alguém. Claro, também porque o fizemos.
A vida do ser humano, suas atitudes e diretrizes sempre foram e serão obrigatória e invariavelmente movidas por um “sim” ou por um “não” desde que o mundo existe, bem como na concepção, resultado de um relacionamento carnal entre dois seres que disseram sim ao amor. A partir disso nascemos em embrião e permanecemos na Terra até o último suspiro. Claro, há também de se considerar que muitos seres nascem de uma concepção indesejada diante de muitos choros e nãos. Duvidas disso?
Esta crônica, de certa forma indagativa tem por objetivo informar aos amigos leitores quantos sim e quantos não já ouvimos até alcançar determinada idade neste mundo que não é cruel como dizem os mais incrédulos e pessimistas, mas realmente muito difícil de viver.