O NASCIMENTO DA POESIA
Nem é necessário ser poeta para se escrever, ler ou declamar uma longa e extensa poesia ou mesmo uma simples frase romântica.
A poesia não é como um bebê que vem ao mundo com data e hora certa programada. Ela nasce aleatoriamente por dezenas de milhares de motivos.
A poesia muitas vezes é inspirada em fatos e acontecimentos tristes, a começar de uma ilusão seguida de uma separação ou também dos momentos vividos bem felizes. No coração do poeta ela passeia soberana.
O desabrochar de uma flor, o canto de um pássaro, um sonho bom, o salto de um golfinho, o cacarejar de um galináceo, o mugir de um touro no campo, o balanço de uma barcaça no mar manso, o relinchar de um cavalo, o voo de uma águia, o raiar do dia, a lua cheia, a ardência do sol e do calor, o anoitecer enluarado, o dia chuvoso ou nublado, o embalo de uma canção, o sorriso de uma criança; ás vezes até o passamento de um ente querido; a despedida de um amor frustrado e tudo o mais nos levam a meditações e inspira-nos ao poema por mais primário que seja.
No entanto, o que nos leva a poetar de verdade sempre foi e sempre será a ânsia do amor. Isto porque nascemos para o amor e para amar.
Por mais bruto que o homem possa ser ele ainda carrega em estado latente no coração um minúsculo filete de amor que traz de inúmeras outras passagens e experiências terrenas.