A SOMBRA
Pois é sombra minha. Tu és a única imagem que jamais me abandonou. Desde o dia em que dei os primeiros passos estás comigo.
Se não estás à direita te vejo do lado esquerdo, na frente ou atrás. Não te desligas deste poeta escrevinhador. Também não sei dizer se isso é bom ou ruim. Mas mesmo que não te veja quando estou acompanhado sei que estás aqui, coladinho.
Diga-me minha sombra: Tu sabes por onde anda a sombra daquela outra pessoinha que eu gostava tanto e que andava colada em mim como uma simbiose?
Que pena. Ela foi embora com sombra e tudo, deixando-me tão só contigo. Fico feliz por saber que sempre estarás em algum lugar do meu lado.
No entanto fico triste só de pensar que haverá um dia em que partirei para o infinito, talvez dentro de uma caixa grande ou minúscula com as minhas cinzas. Daí então não terei mais a tua companhia, vez que eu serei em espírito uma nova sombra.
Para os menos informados e incrédulos serei apenas um fantasma. KKKKKK. Tétrico isso.
(CLEMENTINO, poeta e músico de São Sebastião – SP/BR.).