DEITANDO E ROLANDO
Ah! Que bom. Que gostoso. Quanta efusão. Fui beijado por aquela lindérrima mulher. Senti-me o dono da cocada preta.
A sensação que eu tinha era de que o mundo parou naquele instante só para me ver abraçado, beijando e sendo beijado com efusividade por tão linda criatura.
Não era para menos o meu contentamento. Tudo acontecia tão simples e rápido que eu mesmo não entendia. Afinal, sabia que muitos outros já tentaram tal façanha sem lograr êxito.
Estar bem juntinho ao lado daquela deusa, por si só já era um privilégio. Abraçá-la e beijá-la como eu a abracei e beijei era algo extraordinário. Eu quase não acreditava que isso estava acontecendo.
Ficamos ali durante algumas horas deitando e rolando por todos os espaços e ambientes até nossos corpos não mais agüentarem. Aquela bela mulher me fazendo carinhos era o máximo.
E essas coisas que acontecem na nossa vida moderna da cidade onde tudo vale muito, mas ao final não vale nada, vale a pena viver cada minuto e cada segundo, posto que seja imperdoável a desculpa de que a vida é eternamente difícil e ingrata.
Afinal, ninguém é feliz vinte e quatro horas durante os trezentos e sessenta e cinco dias do ano e muito menos ser infeliz no mesmo período.
Sempre haverá a nosso favor o equilíbrio. Basta que saibamos aproveitar os momentos felizes e mandar para bem longe aquilo que nos traz tristeza e infelicidade.
Tente sempre. Não desista nunca. O que tem de ser será.
Mesmo que amanhã não tenhamos a mesma sorte e os mesmos prazeres de hoje, a vida sempre há de continuar com as suas surpresas agradáveis ou não.