VIAGENS INSÓLITAS
Sob o luar brilhante ou no negrume da noite estou sempre viajando céu adentro.
A rigor saio em busca de alguém que penso ser a musa que me faria feliz.
Estas viagens espaciais insólitas não me cansam e nem me fazem mal, uma vez que acontecem nos meus sonhos durante os meus momentos de repouso. Na verdade eu até gosto.
Na cama o meu corpo permanece inerte como se morto estivesse. Em alguns momentos reage quando algo diferente o assusta eu acabo emanando impulsos mais fortes.
Vez ou outra me deparo com alguma estrela tão solitária quanto eu. Com ela mentalmente troco algumas idéias e procuro me aperfeiçoar quanto à melhor forma de buscas e pesquisas no céu imenso.
Em outras ocasiões dou de cara com o sol. Então sou obrigado a recuar, pois a sua temperatura é elevadíssima não suportada por nós seres humanos. Afinal, tudo o que excede complica a nossa vida enquanto frágil matéria.
Nas noites chuvosas eu subo o mais que posso para ficar protegido acima das nuvens face à minha condição de alma volátil.
Se o frio está insuportável automaticamente eu me transponho até os meus aposentos, me agasalho adequadamente, deixo o corpo quietinho no mesmo lugar da cama e volto ao espaço.
O grande problema dessas viagens são as muitas decepções quando retorno ao corpo. Sinto aquela vontade de permanecer volátil visitando o infinito.
Porém, infelizmente, a realidade me obriga a cumprir as minhas tarefas humanas que esperam por mim durante a jornada física de trabalho.