INSISTÊNCIA
Inspirado, dedilhei no violão lindos temas, cantei e declamei poemas românticos tão somente para agradar aquela princesa.
Fui mais longe: Encenei trechos de peças românticas, como se fosse um ator, deitando e rolando no chão frio. Afinal, queria conquistá-la.
Andei, corri, pulei, dancei, e tal como um rouxinol pus-me a assobiar um canto triste. É! Talvez vocês não saibam, mas o canto do rouxinol é triste.
As horas se passaram rápidas. Anoiteceu e um novo dia já estava por vir. Exausto eu insistia nos meus devaneios de Don Juan sertanista.
Quanto então resolvi me acomodar para descansar o corpo em algum canto daquele espaço onde rolava o sarau, percebi que mãos finas e macias me acariciavam, puxando-me com cuidado.
Senti-me nas nuvens ao ver aquele rosto angelical tão próximo ao meu sussurrando: “vamos querido, já está tarde”.
Arrepiado dos pés à cabeça, com o coração aos saltos, custei em acreditar que a minha insistência não tinha sido em vão.
Ali estávamos sorrindo e seguindo juntinhos trocando carícias mil, ambos sabendo o desfecho daquele lindo encontro.