APÊLO DE UM MATUTO
Num fique aí me oiando anssim.
Num fique só sirrindo de mim.
Num sô só esse bobão que ocê oia e vê.
Tamem tenho um coração dentro di mim.
Posso num sabe escrevinhar e nem lê nada,
Mai sei amar. Sô matuto cum a inxada na mão
E di noite sô um amante, desses dus bão.
Qué exprimentá o meu beijo quente
E o meu corpo sadiu queimado do sór?
Acho inté que ocê vai gosta bem muito;
E despois logo vai quere mais outra vez..
Intão bela donzela faceira, qui é que acha
Di eu querê tanto bem da sinhora?
Num fique zangada cumigo não muié,
Pruque eu só sei fala anssim, desse jeito.
É qui acho que a sinhora tamém vai gosta di eu
E intão nois pode se amar e se gostá muito..
Vem logo pressa cama muié bunita. Pára de sirri.
Num zombe de mim não, pruque te quero bem.
Eu posso e vô fazê ocê fica bem feliz
Oi aqui bom. Pelo seu oiá sei que aceito.
CLEMENTINO POETA E MÚSICO
Enviado por CLEMENTINO POETA E MÚSICO em 20/05/2013