TRANSE
Para nós seres humanos amantes,
Em qualquer espaço da galáxia,
Onde haja vida e mesmo em transe,
Na Terra, em Júpiter ou em Marte,
Somos todos passíveis de ficarmos
Com os corpos das almas bem longe.
Numa noite destas sonhei contigo.
Seria normal, pois todos sonham.
Aliás, os sonhos nos são inerentes.
Mas aquele sonho era diferente.
Nele eu te rogava insistente:
Beija-me agora minha querida.
Sim, pedir pra ser beijado é comum.
Só que eu estava fora do corpo.
Eu não estava vivo e nem morto.
Sabia que era eu quem pedia,
Pois me via com todos os sentidos.
O pior de tudo: Tu me respondias.
Por que pior? Por que mortos não falam.
Mortos não se beijam e não se amam.
Só que nesse transe nós vivíamos.
Estávamos bem conscientes de tudo.
Pra nós dois a vida era presente.
E nos amando éramos felizes.
CLEMENTINO POETA E MÚSICO
Enviado por CLEMENTINO POETA E MÚSICO em 28/04/2013