BOM DIA, BOA TARDE, BOA NOITE E BOA SORTE. QUE DEUS NA SUA INFINITA BONDADE NOS ILUMINE HOJE E SEMPRE.
CLEMENTINO, poeta e músico de São Sebastião-SP
Paraíso dos poemas e canções de um poeta e músico caiçara
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LEMBRANÇAS DA PRAIA GRANDE


 




 Em São Sebastião, indo pela atual rodovia Rio – Santos, no sentido de Barequeçaba, ao lado esquerdo, bem ali entre a Praia Preta e a Praia Grande existe um morro que liga essas duas praias, cujas costeiras ou costões fazem frente para o mar do canal de São Sebastião e Ilhabela.
É importante ressaltar que esse morro é formado de barro amarelo (argila), granito fino areia também amarelada coberto por muitas touceiras de capim gordura, plantas rasteiras, piteiras e algumas Umbaúbas.
Entretanto, o lado esquerdo desse mesmo morro é todo formado de pedras e rochas gigantescas que beijam as águas do Oceano Atlântico, onde está o canal de passagem entre São Sebastião e Ilhabela. Essas pedras e rochas são chamadas de costeiras.
Na encosta desse morro ao qual nos referimos, vendo-o da Praia Grande, da encosta no lado esquerdo, chegamos num ponto que forma uma ponta, mais ou menos de uns cento e oitenta graus à esquerda, no sentido do porto e centro da cidade.
É exatamente nesse local que está a Toca do Mero, o melhor lugar que tínhamos para treinar mergulhos. E era também o melhor ponto para se observar e porque não dizer, se deliciar com os encantos de uma paisagem ímpar. O céu azul, o verde mar, o sol brilhante e a brancura das praias era uma constante.  Deslumbrante. Naquele trecho da cidade estava a verdadeira maravilha da natureza. Eu Já falei antes em outra crônica: Ali os golfinhos nos chamavam para com eles brincar.
Quando digo que era é porque já não é mais. Falo dos anos cinquenta/sessenta quando ainda não se via poluição. Isso faz mais de cinquenta anos. Eu mesmo lá não vou há mais de vinte anos. Por isso não posso afirmar se continua igual. Há sessenta anos passados era tudo isso e mais um pouco. Naquela época não havia o mal fadado crime ecológico. Os navios petroleiros não despejavam óleos poluentes por toda parte. O verde era respeitado e ninguém desmatava a bel prazer.
Noventa e nove, nove por cento das bebidas alcoólicas ou refrigerantes eram vendidos em garrafas de vidros retornáveis. Não conhecíamos esses vasilhames pets de polietileno. Por isso as pescarias eram abundantes. Até as águas vivas tinham vidas sadias e a gente as detectava logo, pois não havia sacos plásticos por todo lado a nos confundir.
Dessa ponta do morro onde está a Toca do Mero a posição é privilegiadíssima. Dali dava para enxergar a olho nu a ponta sul da Ilhabela, uma parte da Ilha Alcatrazes, embocadura do canal, as Praias do Jimbro, Pitangueiras, bairro do Cabelo Gordo, várias praias da Ilhabela, o farol, toda a Praia Grande, e atualmente avistamos a continuação em vários trechos, da rodovia Rio – Santos (salvo engano, BR 101), qual seja: a subida da serrinha entre Pitangueiras e Barequeçaba.

Quando criança, aos oito anos de idade eu ia mergulhar e nadar nas águas da Toca do Mero diariamente. Subia até a parte mais alta da costeira e pulava no mar. Mergulhos de cabeça, em pé, de cambalhota fazendo dois ou três saltos no ar. Era uma gostosura e uma farra. A criançada brincava de pega-pega no morro e de lá pulava na água.
As pescarias ali eram fartas. Vermelhos Caranhas, Garoupas, Baiacus, Peixe Porco, Perajicas, Anchovas, Espadas e tantas outras espécies lá pescávamos tranquilos há qualquer hora do dia, com a maré alta ou baixa e em qualquer época do ano.
Esta minha crônica é meramente para matar a saudade e não deixar que saia da mente tanta paz e alegria de poder contar a todos que eu nasci, cresci e vivi no mais puro e verdadeiro paraíso. Deus sempre foi generoso para comigo.







Nota:
A foto ilustrativa eu copiei de uma postagem no grupo do Facebook chamado MEMORIAS SEBASTIANENSES. Eventuais creditos e direitos de imagem devem ser atribuidos ao autor da mesma.



                   
 

 
 
CLEMENTINO POETA E MÚSICO
Enviado por CLEMENTINO POETA E MÚSICO em 23/04/2013
Alterado em 08/06/2022
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