A SURPRESA
Gaguejei, gaguejei, gaguejei sem nada conseguir falar.
Então chorei copiosamente como uma criança melindrada.
A emoção tomou conta do meu ser, nocauteando-me.
O que dizer? O que falar diante de tanta formosura?
Como explicar para aquela deusa que eu a queria?
Roguei mentalmente: Deus da-me o dom da poesia.
Faz de mim um poeta de voz mansa e convincente.
Assim tentava a todo custo concatenar as idéias.
Precisava fazer aquela mulher entender que eu a amava.
Daí o inesperado me surpreendeu de forma inusitada.
Aquele símbolo de beleza se aproximou me dizendo:
- Não é preciso falar nada meu amor. Apenas me beije.
E me ame muito. Há tempo espero por esse momento.
Diante daquela tranquilidade, meiguice e ternura me calei.
E beijando espantei a gagueira inesperada que me atacou.
Entre nós os sussurros e murmúrios fluíram naturalmente.
CLEMENTINO POETA E MÚSICO
Enviado por CLEMENTINO POETA E MÚSICO em 02/04/2013
Alterado em 02/04/2013