MEROS ESCRAVOS
Instalou-se em mim como um cipó,
Apertando nossos corpos desnudos.
Tal qual um galho sarmento e sem dó,
Ofereceu-me seus lábios carnudos.
Num lagar, feito uma pedra de mó,
Entregamos-nos, pois ficamos mudos.
E nesse frenesi inexorável,
Nada mais interessava na hora.
Era-mos uma simbiose imóvel,
Tudo o mais se fundia agora.
Aquele momento era adorável.
Para nos amar sem pressa. Sem hora.
Os sussurros eram imperceptíveis;
Momentaneamente como bravos.
Sabendo dos nossos corpos falíveis,
Misturávamos como rosas e cravos,
Que se degradam por coisas fungíveis,
Mas que do amor são meros escravos.
CLEMENTINO POETA E MÚSICO
Enviado por CLEMENTINO POETA E MÚSICO em 20/02/2013
Alterado em 20/02/2013