GAVIÃO DESALADO
Soberba, tal como a águia voa,
Desfilava sorrindo e me fitando.
Muito atento em cada detalhe,
Vi seu corpo esguio deslizando.
Provocante, cheio de luxúria,
Aproximou-se logo me beijando.
Arrepiei-me inevitavelmente
Diante daquele gesto ignóbil,
Mas absolvi os beijos calmamente.
Tantas outras surpresas vieram;
Já envolvido eu estava dócil
E fui me entregando lentamente.
Ah! Essa bela mulher, águia no ar.
Fez de mim um gavião desalado,
E que sem asas já não posso voar.
Oh! Deus... Essa águia. Essa mulher.
Já tem o domínio total sobre mim,
E assim faz comigo o que bem quer.
CLEMENTINO POETA E MÚSICO
Enviado por CLEMENTINO POETA E MÚSICO em 11/02/2013