BOM DIA, BOA TARDE, BOA NOITE E BOA SORTE. QUE DEUS NA SUA INFINITA BONDADE NOS ILUMINE HOJE E SEMPRE.
CLEMENTINO, poeta e músico de São Sebastião-SP
Paraíso dos poemas e canções de um poeta e músico caiçara
Capa Meu Diário Textos Áudios E-books Fotos Perfil Livros à Venda Livro de Visitas Contato Links
Textos
MEU AMOR EU TE AMO.
 
 
 
                    A esposa um tanto contrariada e indisposta para com o marido, mas numa última tentativa de reaproximação, dentro de uma luxuosa suite de motel toma a iniciativa da palavra.
          - Vamos discutir a relação amorzinho? Faz tempo que não fazemos isso... Quem sabe podemos recomeçar nossas vidas. As crianças precisam de você e eu também.
          - Vamos sim. O que é que você quer?, Responde o caboclo já um tanto contrariado.
          - Se era pra conversar baboseira pra que viemos para este motel? Pra conversar e discutir relações qualquer lugar serve. Espero que depois de transar comigo você não queira aumento salarial na empresa. Vai. Tira logo essa roupa, pois estou com um tesão desgraçada.
                    Bem, depois de uma cortada e de uma abertura como essa imagino que nenhuma mulher do mundo teria coragem de tirar a roupa e transar com um traste desses. A menos que fosse uma pessoa fria e calculista ao extremo.
                    Por mais incrível que possa parecer, existem mulheres capaz de se submeter à tamanha humilhação. Não por ela. Não porque queira ou seja sádica. Mas apenas e simplesmente porque não pensa somente em si. Ao contrário, é abnegada e luta a todo custo para assegurar o bem estar e o conforto dos seus filhos e de toda família.
                    Infelizmente a maioria dos homens, maridos, namorados, namoridos como se diz hoje em dia fazem o que fazem, o que podem e devem e também o que não devem fazer. Fora do lar e na rua tratam as mulheres e outras pessoas com educação e delicadeza, mostrando-se solícito e generoso, enquanto que aquela que é a mãe dos seus próprios filhos, que lhe dedicou ou dedica amor e carinho, ele trata como um pedaço de pano de chão. Como no início narramos.
                    Lamento ter que dizer isso, pois também sou um homem. Mas infelizmente uma grande parte dos “pseudos machões” age assim.
                    A nossa personagem no entanto, como disse inicialmente, estava lutando com todas suas forças para reconstruir o seu lar, coisa que a partir daquele momento ficou ainda mais difícil. Por isso num ímpeto de abnegação e bondade respondeu:
          - Se estivéssemos na nossa casa não teríamos condições de conversar porque lá vivem além dos nossos filhos, também os seus pais. Lembra-se? Se a gente estivesse num parque ou num lugar onde houvessem transeunte indo e vindo ou num espaço de um bar ou restaurantes onde outras pessoas também conversassem você não iria gostar. Além do que, como você mesmo falou, quer transar comigo. Como faríamos isso se não aqui num motel? Com relação aos gastos quem escolheu esse motel de luxo foi você.
                    Fez uma pausa de uns dois minutos calada. Só depois retomou com outras perguntas ao cidadão que se mantinha de cabeça baixa:
          - Você foi ao urologista resolver aquele probleminha de ejaculação precoce? Você já consegue ficar ereto o suficiente para uma média penetração? E a sua namorada o que acha de tudo isso?
                    O cidadão, diante das verdades incontestáveis e das perguntas mais do que coerentes colocadas por aquela mulher, conseguiu com muito custo, de olhos lacrimejantes apenas dizer:
          - Você está certa. Vou tomar um bom banho para discutirmos a nossa relação. Pode ser?
                    A bela mulher, já nos seus cinqüenta anos com instinto feminino, compreensão e muita ternura mais uma vez bem que tentou satisfazer aquele homem bruto, entregando-se a ele, passando por cima da humilhação inicial, quando então o cidadão sem conseguir ereção e muito menos manifestar-se favorável a outros carinhos, sentou-se no chão e pôs-se a chorar copiosamente.
                    Esquecendo tanta brutalidade e incompreensão daquele que ainda era o pai dos seus filhos ela sentou-se ao seu lado e falou:
          - Não vamos discutir mais relacionamentos, mas vamos sim conversar como dois seres civilizados sobre as nossas vidas. Ainda farei você ter prazer. No entanto por hoje acho que devemos voltar para nossas casas, com o que aquele bruto concordou balançando a cabeça.
                    Moral da história:
                    Ainda que sejamos fortes, potentes e viris, quando o assunto é amor ou amar; não apenas fazer sexo como qualquer animal irracional o faz precisamos nos desvencilhar dos sentimentos ruins, das maldades que somos capazes de fazer. Precisamos nos livrar do orgulho e do preconceito. Toda entrega precisa ser igual. No momento do amor e do sexo somos iguais. Os nossos órgãos se confundem porque os desejos assemelham-se. Tudo o que um quer o outro também o quer e muito. É assim que funciona e que até aqueles que por conta dos seus oitenta ou noventa anos conseguem satisfazer uma mulher e vice versa.
                    E a frade que todo e qualquer ser humano fica feliz em ouvir naquela bendita hora do relacionamento sexual, há milhares de séculos continua sendo a mesma:
MEU AMOR, EU TE AMO.
 
 
 
 
CLEMENTINO POETA E MÚSICO
Enviado por CLEMENTINO POETA E MÚSICO em 31/10/2012
Comentários