DORMINDO COM A SAUDADE
Às vezes saio a caminhar pelos campos e bosques.
Os meus pensamentos se distanciam.
Procurando bem longe divago naturalmente.
E inevitavelmente encontro-me com a saudade.
Fico escrafrunchando tudo por dentro.
Busco respostas para perguntas antigas.
Reviro os miolos indagando, indagando;
Sei lá por que, me aparece a saudade.
Saio dos campos e dos bosques. Mudo o rumo.
Vou para a praia olhar a imensidão do mar alto.
As ondas com as espumas brancas beijam a praia.
Daí a saudade aparece em minha frente surfando.
Procuro o boteco mais próximo. Quero beber.
Embebedo-me e corro para uma danceteria.
Talvez as músicas pudessem me acalentar.
Engano-me. Ali também está a saudade coviteira.
E em cada frase, em cada nota musical, em cada canção,
Ela sorri e ainda me convida pra dançar.
E o pior de tudo: nesses momentos difíceis
Não aparece ninguém para me acordar.
CLEMENTINO POETA E MÚSICO
Enviado por CLEMENTINO POETA E MÚSICO em 30/10/2012
Alterado em 30/10/2012