BOM DIA, BOA TARDE, BOA NOITE E BOA SORTE. QUE DEUS NA SUA INFINITA BONDADE NOS ILUMINE HOJE E SEMPRE.
CLEMENTINO, poeta e músico de São Sebastião-SP
Paraíso dos poemas e canções de um poeta e músico caiçara
Capa Meu Diário Textos Áudios E-books Fotos Perfil Livros à Venda Livro de Visitas Contato Links
Textos
SÁBIAS INFORMAÇÕES DE UMA ANCIÃ
 
 
                    Na fila do supermercado, o caixa, um jovem de mais ou menos vinte e cinco anos de idade diz a uma senhora idosa:
          - A senhora deveria trazer suas próprias sacolas para as compras, uma vez que sacos de plástico não são amigáveis ao meio ambiente.
                   A anciã, de mais ou menos uns setenta e cinco anos, de cabelos quase grisalhos educadamente pediu desculpas ao jovem e respondeu perguntando:
          - Você tem certeza disso? Você tem idéia de quanto tempo faz que chegaram ao nosso País os grandes hipermercados, as embalagens de plásticos, de polietileno, etc.? Na sua idade você sabe quantos estados e cidades do país estão educadas adequadamente para cuidar do meio ambiente?
          - Talvez você ainda não saiba, até porque não estudou e ninguém te alertou sobre o assunto, mas no meu tempo de adolescente e juventude não existia essa preocupação meramente comercial, política e mentirosa sobre o meio ambiente. Essa famigerada onda verde é coisa de alguns anos pra cá.
                    O jovem caixa, pensando estar defendendo o seu emprego retrucou sem muito cuidado:
          - Senhora! Esse é exatamente o nosso problema de hoje em dia. Sua geração não se preocupou o suficiente com  nosso meio ambiente. Por isso a degradação do ambiente se proliferou.
          - Vendo que naquele horário o estabelecimento não estava cheio e muitos caixas estavam vazios a senhora, calmamente falou novamente:
          - Pode ser que você esteja certo meu jovem. A nossa geração não se preocupou adequadamente com o meio ambiente. Nos velhos e bons tempos, noventa por cento de todos os tipos de embalagens eram retornáveis.
Para carregar nossas compras nós usávamos sacolas de lona, cestas, jacás, balaios, sacolas de algodão e outros. Tudo se reciclava. O povo tinha educação. Não se jogavam detritos e materiais poluentes nos rios, nos mares, nas ruas, nos bueiros. Não se desmatavam as florestas desordenadamente. Naqueles tempos só quem usavam revólveres eram os policiais ou agentes da polícia autorizados. Não se assassinavam professores nas portas ou dentro de escolas.
          - Naquela época, cada morador recebiam o leite entregue em domicílio, através de botijões e recebiam um litro certinho de 1.000ml e não de 900ml como agora. Os vasilhames tais como litros, garrafas, moringas de água, de leite, de refrigerantes, cervejas e de bebidas em geral eram devolvidos à loja, bar ou armazém que os comercializavam, que por sua vez mandavam de volta para a fábrica ou seu produtor, onde eram cuidadosamente lavados e esterilizados e preparados para reuso. Desta forma os fabricantes e produtores usavam muitos outras vezes os mesmos vasilhames, sem poluir e sem degradar o meio ambiente. Realmente não nos preocupamos com o meio ambiente no nosso tempo, pelo menos dessa forma mentirosa e interesseira como a de hoje.
          - Subíamos tantos quantos degraus de escadas fossem necessários para chegar a algum lugar que estivesse mais alto, pois nas lojas, armazéns, escritórios, igrejas, cinemas, etc. não haviam escadas rolantes para facilitar a subida.
          - Normalmente para irmos ao trabalho, ao campo de futebol, à praia, à igreja ou qualquer outro lugar que estivesse a uma distância de até dois mil metros a gente caminhava. Quem tinha um carrão de luxo na garagem só o usava em ocasiões muito especiais. Não se usava o nosso carro de 300 cavalos de potência a cada vez que precisávamos ir a dois quarteirões.
          - Até então, as fraldas e os cueiros usados nos bebês eram de pano. As mamães cuidadosas e carinhosamente lavavam e passavam para usar outras dezenas de vezes até que os bebês não precisassem mais. Não haviam fraldas descartáveis dessas cujos plásticos com as quais são fabricadas demoram centenas de anos para extinguir-se. As roupas secavam naturalmente penduradas ou estendidas ao sol, pois não existiam essas máquinas de secagem elétricas automáticas bamboleantes de 220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam nossas indumentárias.
          - O(a)s menino(a)s pequeno(a)s usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas. Mas é verdade: não havia preocupação com o meio ambiente, naqueles tempos.
          - Naquela época as faminhas de maiores posses econômicas tinham somente uma TV ou rádio e não uma TV em cada ambiente da casa. E a TV preta e branca, não tinha tela do tamanho superior a uma caixa de sapatos ou de um lenço, como hoje em dia. Um telão do tamanho de um de um cinema. Até porque, onde seria descartado um trambolhão assim?
          - Na cozinha, a(o)s cozinheira(o)s faziam suas massas, seus quitutes e bolos tudo manualmente, pois não existiam essa parafernália eletrônica que existem hoje, que fazem tudo por nós. Aliás, de quase tudo restaram às queridas panelas de barro e o pau de macarrão que insistem em manter-se em evidência.
          - Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usamos jornal amassado para protegê-lo, não plástica bolha ou peleis de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar. Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a grama, era utilizado um cortador de grama que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não se precisava ir a uma academia e usar esteiras que também funciona a eletricidade.
          - Mas talvez você até tenha razão. Aparentemente não havia naquela época preocupação com o meio ambiente.  Tudo se fazia manual e naturalmente.
          - Matávamos a sede bebendo água diretamente da fonte usando canecas de ágata, cerâmica ou copos de cristais, em vez de usar copos plásticos e garrafas PT que agora lotam os rios, oceanos e córregos que cortam os centros urbanos. Normalmente para mantermos a água fresca diuturnamente a gente usava aquelas moringas, jarras ou talhas de barro ou de cerâmicas refratárias.
          - Nossas canetas: eram recarregável com tinta de altíssima qualidade, o que fazíamos tantas quantas vezes fossem necessárias, ao invés de comprar uma outra a cada hora de uso e jogar aquela no lixo.
          - Para cortar a barba os homens usavam as navalhas que duravam anos, bastando afiar as suas lâminas de vez em quando. Ao contrário de hoje que jogamos fora  em qualquer lugar todos os aparelhos 'descartáveis' e poluentes só porque a lâmina ficou sem corte. Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época.
          - Naqueles tempos as pessoas tomavam o bonde ou ônibus e os meninos iam às suas bicicletas ou a pé para a escola, ao invés de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas.
           - As casas quase sempre eram construídas com tijolos de barros ou refratários e madeiramento de excelente qualidade que duravam séculos. Sendo que as tomadas e entradas de energia em duas ou três no máximo, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar dezenas de aparelhos.
           - E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima.
            - Então mocinho, não é bem visível que a atual geração fale tanto em meio ambiente, mas não queira abrir mão de nada e não pensa em viver um pouco como na minha época?
          - Essa é a realidade da minha geração de sessenta anos atrás. Qual a sua realidade? Acha mesmo que os comerciantes e políticos desonestos estão preocupados com o meio ambiente? Acha mesmo que vai ser promovida por cobrar dos clientes uma coisa que os seus patrões não fazem que seja cuidar do meio ambiente?
 
 
 
 
 
Nota:
 
Este texto não é cem por cento da minha autoria. Por outro lado não sei e nem imagino quem seja o seu autor. Li um pequeno texto de umas trinta ou quarenta linhas com um assunto relativamente parecido através de uma mensagem de e-mail que recebi. Tendo gostado resolvi ampliar o tema, adaptando e nele inserindo outros termos compatíveis, corrigindo uma série de erros de português, grafia e de digitação existentes. Caso o seu real autor tenha registrado na Fundação Biblioteca Nacional, editado e publicado oficialmente por editora idônea e juridicamente constituída, me comprometo a imediatamente retirar daqui, mesmo que este não seja plágio.
 
CLEMENTINO POETA E MÚSICO
Enviado por CLEMENTINO POETA E MÚSICO em 10/08/2012
Comentários