DE POETA PARA POETAS
Hoje, 21 de julho de 2010, precisamente às 12h15minh, dentro de um vagão de trem da CPTM, que me leva da estação de Campo Limpo Paulista até a Estação da Luz, em São Paulo, Capital [com baldeação em Francisco Morato], estou concluindo esta carta mensagem aos meus amigos e irmãos poetas, mas que é extensiva a todos os demais leitores e amigos que se predispuseram a gastar alguns minutos dos seus preciosos tempos lendo-a. Deixo registrado que iniciei a iniciei na segunda feira [dia 19] no mesmo horário e percurso do trem.
Divagando e relendo a minha vida e existência Terrena, mentalmente voltei ao meu passado, saindo da Prainha do Martim de Sá em Caraguatatuba, distrito de São Sebastião-SP, onde nasci no dia 13 de novembro de 1.945.
Com menos de seis meses de idade meu pai nos levou para morar em Ilhabela, também um distrito de São Sebastião. Tempos depois, quando eu tinha uns quatro anos de idade mudamos definitivamente para São Sebastião, a minha eterna paixão, onde cresci, passei os melhores momentos da minha vida.
Foi a infância, adolescência e juventude maravilhosa. Ali eu realmente vivi. Estudei no GRUPO ESCOLAR HENRIQUE BOTELHO e no cartório do 1º oficio da Justiça, tabelião, registro de imóveis e outros anexos da cidade iniciei uma carreira profissional vitoriosa graças a Deus. Até este momento nada tenho para reclamar, mas sim, só agradecer. E, chegando a JARINU, onde moro temporariamente, claro, antes passando ainda pelas cidades de São José dos Campos, Poá, Suzano, Ilhabela, Itanhaém e Guarulhos.
Revisando também o meu início na música e na poesia de repente me sentindo um verdadeiro poeta, mesmo sendo aprendiz foi que resolvi passar para o papel os meus sentimentos e essa lembrança agradável.
Talvez isto que estou dizendo e que eu penso passar adiante para a maior parte de vocês seja apenas “lugar comum”. Certamente outros já o fizeram, com mais propriedade e clareza. Todavia, sem muita opção do que fazer durante a viagem que dura mais de uma hora, não resisti à tentação de escrever. A comichão nas veias do poeta falou mais forte.
Sair poetando pelo mundo afora, como os verdadeiros poetas o fazem é uma das tarefas mais inglórias e árduas que existe, posto que seja diletantismo puro. Noventa e nove, nove por cento dos poetas nada ganham para escrever e poetar, a não ser o prazer e a satisfação pessoal. Fazemos, me incluo nesse grupo de abnegados, nossas vias sacras de saraus em saraus, às vezes viajando de uma cidade para outra, apenas com o intuito de mostrar as nossas obras poéticas e musicais sem almejar qualquer valor em troca.
Nada ganhamos para escrever e sair poetando por aí, consequentemente nada recebemos. Claro que não me refiro aos grandes poetas já consagrados que estão no topo da mídia; que receberam e recebem regularmente os seus direitos autorais pelas suas obras lançadas no comércio. Diga-se de passagem, muito justo.
Estes privilegiados a rigor conosco não se misturam no cotidiano Salvo raríssimas exceções.
No entanto eu que ainda sou um desses aprendizes me inspiro no mestre Aristides Castelo Hanssen, carinhosamente conhecido no mundo poético de Guarulhos como CASTELO HANSSEN ou simplesmente CASTELO. Atualmente é o presidente da Academia Guarulhense de Letras. Castelo é para nós os poetas o ícone da poesia de Guarulhos.
PENSO que poetar para um pouco de pessoas pacientes que se propõe a ouvir é muito gratificante uma vez que nos embrenhamos num mundo colorido e imaginário. Vamos do real ao invisível vivendo momentos sombrios ou lindamente mágicos, com isso arrebatando corações sadios e doentios de amor ou desiludidos. Apenas com o nosso gesto de carinho e amor damos um pouco de alento e esperança a algumas almas.
Com um amor verdadeiro e uma forma simples, mas poética de ver o mundo e todas as coisas muitas vezes o poeta consegue transformar o abandono em presença física e extremamente amorosa. Faz o tempo parar flutuando no ar e encurta longas estradas, fazendo-as transformarem-se em um caminho fácil a seguir.
Enfim, com muito romantismo e sentimento desprovido de maldades nós os poetas vivemos a declarar o único e verdadeiro amor. Assim sempre conquistamos novas amizades. Fazemos o bem sem olhar a quem e vamos distribuindo alegria por onde passamos. Claro que nunca vamos conseguir alegrar gregos e troianos.
Na minha modestíssima experiência de poeta escritor com somente três anos de estrada entendo que nós poetas de certa forma em algum momento contribuímos para com a sociedade em todos os seus segmentos. Principalmente em relação à educação e a cultura. Acho também que fazemos caridade, incentivando a alegria e a paz do mundo, não obstante sermos classificados e taxados como loucos e sonhadores.
Para alguns, muitas vezes no seio da própria família, o poeta é considerado um vagabundo. Fazer poesia e sair por ai poetando significa vadiagem porque não dá lucro. Graças a Deus não é o meu caso. Até porque, como músico profissional que sou [violonista], escritor e compositor, acabo tirando proveito desses privilégios que Deus me deu. Nas minhas apresentações em shows acabo sempre ganhando alguma coisa. Não dá pra ficar rico, mas ajuda bem no orçamento. Posso me dar ao luxo, quando tenho tempo, de frequentar tranquilo muitas casas onde se fazem saraus.
MEMSAGEM:
Meus queridos irmãos e amigos poetas, nunca se esqueçam de que antes de ser uma sina, fazer poesia escrita, falada ou cantada é uma missão que temos a cumprir. Afinal das contas Deus nos concedeu esse dom. Devemos agarrá-lo com unhas e dentes. Temos sim, a obrigação de poetar, agradando ou não gregos e troianos. Já fomos pagos e muito bem pagos com a vida de amor e paz que Deus nos concedeu.
De certa forma temos o dever de transmitir nossos conhecimentos; nossa cultura e todo saber aos nossos irmãos que não tiveram as mesmas oportunidades que tivemos. Portanto não desistam nunca, mesmo com todas as adversidades e obstáculos que surjam pela frente.
Um abraço em cada um dos homens e um beijo respeitoso em cada uma das mulheres. Que DEUS, na Sua Infinita Bondade nos ilumine e nos inspire hoje e sempre.
Nota do autor.
Este texto eu escrevi ha praticamente sete anos passados. Talvez a redação hoje fosse bem diferente. Mas hoje, 04-05-2017f iz algumas correções que se faziam necessárias.
CLEMENTINO, poeta e músico de São Sebastião – SP/BR.